terça-feira, 29 de março de 2016

Clandestinos do Amor - Ana Moura



                              
"Vivemos sempre sem pedir licença
 cantávamos cantigas proibidas
 Vencemos os apelos da descrença
 que não deixaram mágoas nem feridas

 Clandestinos do Amor, sábios e loucos
 vivemos de promessas ao luar
 Das noites que souberam sempre a pouco
 sem saber o que havia para jantar

 Mas enquanto olhares para mim eu sou eterna
 estou viva enquanto ouvir a tua voz
 Contigo não há frio nem inverno
 e a música que ouvimos vem de nós

 Vivemos sem saber o que era o perigo
 de beijos e de cravos encarnados
 Do calor do vinho e dos amigos
 daquilo que para os outros é pecado

 Tu sabias que eu vinha ter contigo
 pegaste-me na mão para dançar
 Como se acordasse um sonho antigo
 nem a morte nos pode separar

 Nós somos um instante no infinito
 fragmento à deriva no Universo
 O que somos não é para ser dito
 o que sente não cabe num só verso

 Enquanto olhares para mim eu sou eterna
 estou viva enquanto ouvir a tua voz
 Contigo não há frio nem inverno
 e a música que ouvimos vem de nós"

                      António-Pedro Vasconcelos

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