sábado, 21 de abril de 2012

Coisas que não percebo

Quando estive internada, houve realmente alturas em que precisei de analgésicos mas acho que tive sorte porque ao contrário de algumas pessoas que lá estavam, quase não precisei deles. Ou não tinha dores, ou a dor era suportável.
O que me fazia confusão era chegar a determinada hora e pimba! Lá vinha a senhora enfermeira com um comprimido. A primeira vez que me fizeram isso, perguntei o que era. Era o "milagroso" analgésico. Disse-lhe que não doía por aí além e ela levou-o de volta. A partir daí perguntavam-me sempre antes de começarem a distribuição. (Tive uns três momentos críticos, graças a acções de terceiros e aí não me coibi de pedir.)
Expliquem-me lá: numa enfermaria de seis camas apenas uma velhota não comunicava mas a distribuição dos medicamentos era feita e só a mim é que perguntavam. As outras tomavam e nem piavam. Nem elas sabiam o que estavam a engolir.
Eles sabem os efeitos secundários dos analgésicos. Custa muito perguntar se a pessoa tem dores? Há dores e dores. Umas aguentam-se, outras não.


 

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