domingo, 17 de agosto de 2014

Defeito


Confesso que às vezes me falta humildade.
Não faço por mal e quem me conhece bem, nem liga. Mas quem me ouvir, sem me conhecer, fica com uma péssima imagem de mim. Devo dar a parecer que sou mais que os outros.
Sou assim. Bem que me esforço mas no que toca a educação e a respeito em déficit, sou muito, MUITO intolerante.

Hoje foi um dia complicado.

Aqui há tempos fomos convidados para um casamento. Apenas um dos noivos era conhecido de um de nós. Pessoa 5 estrelas. Aceitámos o convite.
Sabiamos que o casamento seria uma cerimónia simples mas só para ter noção do tipo de roupa a usar, fui ao facebook da pessoa conhecida. E a partir dela percorri família e amigos.
Percebi logo que estava metida em trabalhos.

Primeiro: faz-me muita confusão quando as pessoas postam qualquer coisa. Sem filtro. E privacidade nem vê-la. Perfis abertos.

Segundo: erro letra sim, letra não. Já para não falar nos palavrões a cada três palavras. Pontuação, então... deve ser bicho desconhecido para muita gente.
Mas esta gente andou (ou anda) a fazer o quê na escola?

Paniquei. Avisei logo o marido que a coisa ia ser complicada. Ele pediu-me tolerância. Custa assim tanto?

Chegou o dia.
Eu bem que me esforcei. Juro. Mas ao fim de meia hora, já ria de desespero. Ao fim de uma hora já ferrava as unhas na perna do marido, ao mesmo tempo que mandava uma rosnadela abafada a um sujeito que na igreja e durante a cerimónia, resolveu começar a falar como se estivesse no café. Ao fim de hora e meia já trocava mensagens de "Acode-me que já não consigo disfarçar" com a mana. E ao fim de umas duas horas, já a minha sogra se ria à gargalhada quando lhe telefonei para desabafar.

Parece ter piada? Não tem.
Educação, minha gente! Onde ficou ela?
Vidas muito modestas e de muito trabalho, não significam gente mal educada e mal formada!

Quem são os pais que acham normal, as filhas vestirem-se, calçarem-se e maquilharem-se como prostitutas adolescentes? Pois, se os pais não dão o exemplo... 
Não exagero quando digo que, em determinada altura, pensei estar numa casa de alterne em vez de numa simpática igrejinha.

Soutiens, cintas, cuecas, tangas. Preto. Brancos. Fúcsias. Dourados. Plásticos. Folhos. Na maioria das novas e também em muitas mulheres mais que maduras. Tudo ali à vista, nos vestidinhos acetinados ou de lycra, dos amigos chineses. Seios enormes, espartilhados, a gritarem por liberdade, a ponto de quase rebentarem os trapinhos.

E a linguagem? Ai, mãezinha! Deve ser por causa de tanto piercing na língua. E nos narizes. Também devem ter uns tantos no cérebro. Ali, há qualquer coisa que não funciona correctamente.

Já para não falar dos telefones a tocarem em plena cerimónia. E o pessoal a atender... e a falar alto pois não se pode desperdiçar tempo precioso.

Muita paciência teve aquele padre. Uma jóia de homem que soube levar a água ao seu moinho. Reconheço-lhe o mérito. A tolerância e a sapiência.

Há que relevar mas para mim é muito díficil. Gostava de ser uma "paz de alma" como o meu marido... mas não sou. Não sou mais que os outros mas não consigo aceitar pessoas assim.  Bem que me esforcei por ignorar, afinal estava ali por quem nos convidou e o resto são cantigas.

No final, nem tudo foi negativo. Conheci gente boa. Gente muito simples mas educada.
E estivemos com uma bebé linda e fofa, fofa, fofa que compensou o resto. Coisinha mais boa!

2 comentários:

remall disse...

Sei que não é para rir, mas fazer o quê né kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
rindo muito da sua maneira de se expressar ao descrever em detalhes o que te incomodava.
Também tenho pouca paciência para pessoas que não sabem se comportar ou se vestir, mas aprendi com meu marido a me desligar do mundo nesses momentos. Antes não conseguia , mas agora estou quase conseguindo por completo.

Soneca disse...

Sorte a nossa ter os maridos que temos, né? kkk