sábado, 4 de julho de 2015

Viver um faz de conta

Não sou mais do que os outros. Defeitos tenho-os aos montes e não os disfarço. Posso tentar corrigir os piores mas também assumo que pelo menos uma das qualidades de que me orgulhava, já não existe graças a algumas rasteiras da vida.

Quando vejo alguém que sei ser uma grande vaquinha comportar-se como uma santinha na prática da sua nova religião, sinto uma agonia garganta acima. Um aperto no peito. 

Tristeza.

Alguém que observado com algum cuidado se revela tóxico, o verdadeiro cão que morde a mão a quem a estende cegamente por confiar plenamente... na prática da sua nova religião é só boa energia, é só gratidão pelos ensinamentos e coragem que lhe transmitem, é só bênçãos e milagres....

Mas as pessoas também mudam... será que foi isso que aconteceu? Se só agora me cruzasse com ela, será que lhe via a maldade, o sarcasmo, a soberba, o escárnio que vi há uns anos? Será que a doença lhe abriu os olhos?

Será que mudou ou é tudo um faz de conta? 

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