domingo, 10 de abril de 2011

Heiiiii Touro!!

Há já alguns anos, tinha eu uns vinte e um aninhos, (cof, cof... tou ficando velha!) fui com o meu pai e um amigo a Coruche. Era uma reunião de trabalho, a um domingo. 
Quando lá chegámos seriam umas sete da manhã e tentamos encontrar um local onde comer qualquer coisa. Depois de muita procura, encontramos um café aberto. Foi a primeira vez na minha vida que comi bifanas (excelentes bifanas!) ao pequeno-almoço!
Depois fomos a uma grande propriedade... era lá que estava o objectivo da reunião... uma máquina enorme de terraplanagem... uma motoscraper (muito parecida com a da foto).
Saímos dos carros e fomos a pé até à máquina. A conversa era mais que muita (e sobre tudo e mais alguma coisa) e eu começava a sentir os miolos a torrar! Comecei a afastar-me. Havia alguns sobreiros e como estava muito calor dirigi-me para uma das sombras. Teria andado uns cem metros quando oiço gritar o meu nome. Aquele tipo de gritar que sentimos logo haver problema. Viro-me. Os braços deles apontavam para uma enorme massa negra. Não tive consciência imediata do perigo. Era um touro. Enorme e lindo. Como me dou bem com animais, fiquei ali parada a ver a maravilha de bicho. Mas eles continuaram a gritar e a gesticular. O touro começou a andar na minha direcção. 
"Carro! Carro!" - gritavam eles. E foi aí que aqui a esperteza, se apercebeu que aquele bichinho não era como as simpáticas vacas leiteiras da vizinha! Olho à minha volta e o que estava mais perto de mim era realmente um dos carros. Comecei a despir-me. Tinha um colete vermelho, bem vivo e a última coisa que eu queria era virar-me de costas com um chamariz daqueles. E perninhas para que te quero! Enfiei-me dentro de um BMW azul escuro! O touro levou um tempo jeitoso a desamparar a loja. Andou ali a uns metros, a rondar e eu a rezar para que ele não investisse contra o carro!
Quando se foi embora o pessoal veio ter comigo. Parece que o que o fez vir atrás de mim foi o meu colete vermelho pois ignorou o grupo de homens que estavam junto à máquina. Nas minhas mãos jazia um colete amarrotado de tanta adrenalina.
Ainda hoje me questiono como ninguém se apercebeu do touro a aproximar-se num descampado tão grande!
Mas que era lindo, isso era!

E isto tudo para dizer que sou contra as Touradas. Fazer um animal sofrer para gáudio pessoal está fora de questão. É desumano.

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