segunda-feira, 28 de maio de 2012

"As luzes de Leonor" versus "Marquesa de Alorna"

Estes dois livros foram presentes de Natal. E são sobre a mesma mulher. Uma nobre portuguesa, nascida no séc. XVIII, poucos anos antes do Grande Terramoto de 1755, no seio de uma das mais importantes e polémicas famílias. Os Távoras.


"As luzes de Leonor" de Maria Teresa Horta

Não tenho palavras para descrever este livro. É muito rico.
Adorei. Provavelmente daqui a uns tempos vou lê-lo outra vez.
Foi este, "o tal", o que andei a esticar, esticar, esticar.
É um livro de cheiros, de poesia em prosa. De factos históricos e também de ficção. A escritora tem a capacidade de espetar connosco bem no meio da história. Ali, lado a lado, com a D. Leonor de Almeida Portugal, Marquesa de Alorna e neta dos Marqueses de Távora.
A Maria Teresa Horta levou muitos anos a preparar este livro e na minha opinião fez um trabalho magnífico. Também eu pesquisei imenso durante a leitura, sobre a vida da maioria dos personagens. Senti essa necessidade.  E foi com pena que cheguei à última página. 





Depois tive a infeliz ideia de ler este. Estava ávida por saber mais sobre a D. Leonor. Soubesse eu e tinha começado por este, assim a decepção tinha sido menor.

"A Marquesa de Alorna" de Maria João Lopo de Carvalho



Começou por ser uma desilusão. De tão directo e resumido que é, torna-se uma leitura mais pobre. Excepção feita a algumas informações e curiosidades que são óptimas e ajudam a perceber os acontecimentos.
E tem de se ter cuidado ao ler. Por ser directo e resumido, a tendência para o ler rapidamente é grande e quantas vezes não voltei atrás por me ter apercebido que factos importantes tinham sido "atirados" de chofre no texto. Uma pena não ter sido escrito com mais alma pois abrange a vida toda de D. Leonor, ao invés do livro da Maria Teresa Horta que só vai até ao exílio. Uma pena, mesmo.

Ideal, ideal, era o primeiro ter toda a informação do segundo e manter toda aquela qualidade. Mesmo que para isso tivesse de ter duas mil páginas ou mais.



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