terça-feira, 19 de junho de 2012

Preconceitos


Se tiver de estar parada muito tempo num local, entro automaticamente em modo de observação.
Por diversas vezes estacionei num determinado local, onde me cruzei várias vezes com uma senhora dos seus sessentas e poucos anos.
Na 1ª vez que a vi, chamou-me a atenção porque tinha daqueles penteados que dão imenso trabalho a fazer e que raramente são feitos diariamente por gente comum. Saiu de um edifício, entrou num carro e lá ficou.
Ela olhava para mim, eu olhava para ela. Assopravamos as duas que o calor era mais que muito e quem nós esperávamos demoravam. E vai daí quando vejo sair, do mesmo prédio que a outra, uma senhora de cinquentas, carregada de sacos. Foi ter com a outra, meteu-lhe os sacos no carro e despediram-se. Consegui perceber que a senhora mais nova era empregada da outra. A fardinha e certas expressões que consegui ouvir comprovaram. A mais velha, toda pimpona, meteu os óculos de sol e arrancou. A outra voltou ao edifício.
Cruzei-me com elas, várias vezes, naquele local. E se de início pensava que a mais velha tinha qualquer problema físico que a impedia de carregar pesos, depressa me apercebi que não havia problema nenhum.
A visão da mulher fazia-me urticária. Sempre toda pimpona, muito bem vestida, penteado e maquilhagem irrepreensíveis, entrava no carrinho e aguardava. Só depois é que descia a empregada, sempre carregada de sacos.
Há dias vi o insólito. No parque estacionamento de uma área comercial, vejo a dita senhora. Toda emproada entra no seu carrinho. Logo de seguida, aparece a empregada. Com um carro de hipermercado a abarrotar de sacos. A senhora é baixinha. O carro e ela pareciam da mesma altura.
O insólito?
A empregada estava fardada.
Não gostei. Em casa ainda percebo a farda. Cada maluco com a sua nóia. Mas num espaço público? Absolutamente ridículo!
Mas quem sou eu para julgar as dondocas desta vida?

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