domingo, 10 de março de 2013

Relações especiais

Eu e a bicharada de penas, temos assim uma relação do género "quanto mais eles se aproximam de mim, mais eu fujo deles".
Eu que fui mocinha de gostar de pintainhos e bem vistas as coisas, defendi com unhas e dentes, um pobre peru no Natal... defendi, chorei, berrei mas não lhe serviu de nada que os meus avós não se compadeciam com certas coisas. Se era para comer, era para comer e acabou-se a história.
Ora a mocinha, tenrinha de idade, viu o "Os Pássaros" do Mestre Hitchcock e nunca mais foi a mesma. Começou por ser atacada pela mãe galinha que não gostava que lhe mexessem nos pintos, depois foi perseguida por um peru, mais tarde levou uma corrida de um ganso.
Tudo se compôs naturalmente para que a mocinha se borrasse com medo da passarada.
Já adulta, fiz uma linda figura no Terreiro do Paço em Lisboa, ao trepar por um homem acima só porque um pombo voou na minha direcção... no meio de um pomar, sai um pardal a voar de dentro de uma laranjeira e vai que me acerta nas trombas... não fui de rabo ao chão mas pouco faltou. E episódios do género, tenho muitos mais mas já me chegam estes para me envergonhar.
Ontem, saio disparada da cozinha, aflitinha que só eu sei, abro a porta da casa de banho e na minha direcção vinha, ainda mais aflita, uma andorinha.
E não foi coisa que eu visse, sumiu-se-me o xixi que a aflição agora era outra. Fecho a porta, pego no telemóvel, ligo ao meu irmão e começo a berrar. Sorte a minha que estava por perto.
Entra-me em casa, abre a porta da casa de banho e cadê o bicho? Nem vê-lo. Para comprovar que eu não estava com alucinações, lá estavam uma belas de umas cagadelas.
Deve ter saído por onde entrou, foi a nossa conclusão.
Ainda trémula do susto, ponho o almoço na mesa e já quase a acabarmos, entra a andorinha cozinha adentro, tapo a cabeça com as mãos e quase que me atiro para debaixo da mesa. O mano abriu uma porta e lá foi a andorinha. Em vez de sair para a rua, meteu-se na casa das máquinas, escondida atrás da máquina de secar. 
Não quis saber mais, fechei a porta e deixei-a para o marido.
Foi assunto para ele.

Agora o que eu gostava era de saber que raio se passa com aquela casa de banho. Primeiro um gato, depois uma andorinha?
Há tanto ano que vivo nesta casa e nunca tinha acontecido nada do género.
Ainda tentei ver a coisa pela positiva e pensar que tinha sido um anúncio personalizado da chegada antecipada da Primavera mas com o raio de tempo que tem feito, vi logo que estava enganada.

1 comentário:

remall disse...

tem que vir para a Querência e rapidinho vai aprender a gostar dos de pena; por bem ou por mal. hehehe
eles são tão lindinhos.