domingo, 26 de janeiro de 2014

Insólitos da Passagem de Ano (quase um mês depois!)

Primeiro:
Expulsaram-me da cozinha. Ia sendo abalroada por um peso pesado e antes que alguém se estendesse ao comprido, recambiaram-me para a sala. Quero antes acreditar que foi por estar engripada e não quererem germes a passear no ar! Depois foi um dolce far niente! Eu, quase sentada em cima do aquecedor porque não quiseram acender a lareira, com o meu avô e o meu sogro... foram ali umas horas de bla-bla-bla sem fim.

Segundo:
Neste aqui até me custa a acreditar.
Contagem decrescente, muito barulho, beijão no marido, beijinhos a toda a gente da sala com votos de um Bom Ano e bebo duas flutes semi-cheias de espumante. Espumantes de marcas diferentes. Ora, não sei se foi da mistura dos espumantes, a qualidade era muito boa... logo duvido. Só sei que me sentei num sofá e apaguei.
Ainda não era uma da manhã e apaguei. EU! Não tenho memória de alguma vez isto me ter acontecido nos últimos trinta anos. É que nem quando estive internada há dois anos!
Uma vergonha, confesso. Não me reconheço. Acordei perto das três, já algumas pessoas tinham ido embora...

Terceira:
Esta foi a melhor.
Logo depois de ter sido convidada a sair da cozinha e já na sala a não fazer nenhum, ouvimos um grande sururu e eis que entra a minha sogra com uma concha nas mãos.
- Olhem para isto! Vejam! E está vivo!

Este foi o personagem da noite.

Não sabemos ao certo quanto tempo esteve fora de água mas que foram muitas horas, isso foram.
Resistiu à vigorosa lavagem da minha sogra e tal foi o vigor que a ostra abriu-se e mostrou o inquilino.
Foi exibido a toda a gente.
Havia um garrafão de água salgada e arranjaram-lhe um poiso seguro.
No final da noite, como ainda estava vivo, resolvemos ir deitá-lo à água. Fomos até à praia de Faro. Estava uma noite espectacular.
O marido apelidou o episódio de "Operação Libertem o Willy".
Nem sinais de mau tempo. Como tinha chovido, a temperatura estava amena. Vento, nem sinal dele. O mar calmo e a ria, bem cheia, estava completamente lisa. E lá foi o marido. De tupperware na mão com o sobrevivente lá dentro. Com cuidado, meteu o tupperware dentro de água e deixou o peixinho ambientar-se.
Primeiro, pareceu estranhar mas depois fez-se à vida e desapareceu nas águas da ria.
Ao fundo, uma barreira de nevoeiro engolia Faro. Mal se viam as luzes da cidade. Só faltou sair de lá o D. Sebastião!
Nós tivemos um D. Sebastião! Dentro de uma concha de ostra!







Diz o senhor meu sogro que o Willy é conhecido por "Arremata" e é um ocupa!
Começou o ano a procurar casa nova mas bem vistas as coisas teve muiiiiiiita sorte!

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