domingo, 27 de outubro de 2013

Ai soninho, soninho!

O homem vai ao quarto e chama para o almoço. Abre a janela, entra o sol, quebra-me o sono.
Volto-me, tapo a cabeça com o cobertor.
Passados uns minutos aparece o Sasha. Espeta o nariz molhado no meu. Enfia-me uma lambidela a modos de lavagem de cara e vai-se embora.
Oiço os pratos na cozinha (acho que ele anda com vontade de mudar de serviço, tomando em conta os dois pratos lascados em tão pouco tempo) e sento-me. Um olho fechado, o outro mal aberto, muita claridade, muita dor de cabeça, puxo pelas calças de ganga, enfio uma perna, apago um bocadinho, enfio a outra. Levanto-me. Baloicei por um instante. Calço os chinelos, arrasto-me para a casa de banho e sai-me de fininho: - Arranja-me aí um café, tá bem?
- Bolero? - pergunta ele.
- Qual Bolero, qual quê! Do outro!
Se tivesse filhos estava tão mas tão lixada!

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