domingo, 17 de outubro de 2010

Uvas



Acabei de comer um cacho enooorme de uvas.
E eram tão doces, tão doces. Com tanto açúcar que quase nos fazem engasgar!
Aiii!

Desde pequenina que sou uma devoradora de uvas.
Está-me no sangue.
Tanto um dos meus avôs como o meu pai arrendavam vinhas no sotavento algarvio. E na época da apanha eram contratadas cerca de dezena e meia de pessoas. E durante umas semanas era uma azáfama que nunca hei-de esquecer.
Umas das minhas recordações mais antigas é de quando tinha dois, dois anos e meio. Eu no meio daquelas vinhas enormes, ignorava a minha avó que chamava por mim, o calor torrava-nos por completo mas eu queria era andar no meio das empregadas que cantavam alegremente, sandálias cheias de terra quente, agarrar nos cachos das uvas que não conseguia arrancar das videiras e cantar como elas. Eram na sua maioria alentejanas e como eu gostava de as ouvir cantar. Eram momentos simples em que sentia uma felicidade avassaladora.
Sempre que começava o calor eu vibrava com a aproximação da apanha. E durante muitos anos, fui feliz desta maneira. E ainda hoje sinto o cheiro e se fechar os olhos, está cá tudo. Tudinho.

1 comentário:

anete joaquim disse...

Bem, soneca, pela descrição da tal árvore que viu aqui na Madeira nunca mais ia lá, mas mal vi a foto que tem no seu perfil percebi a que se referia. Aqui na Madeira chamamos "dente-de-leão" a esta árvore, mas o seu nome científico é pluméria. Há em várias cores: amarelo, branco e vermelho bem escuro. São lindas. Tenho duas, uma delas em vaso, mas são pequeninas ainda. bjs e espero ter ajudado.