domingo, 19 de dezembro de 2010

Do Natal III


A partir do momento em que o presépio e a árvore estavam todos bonitinhos, nos seus lugares, o meu passatempo preferido era ficar ao pé deles. Olhando e pedindo à minha mãe para contar a história do Menino Jesus e do Pai Natal, uma e outra vez!
Só devo ter começado a pedir presentes tardinho, porque na minha cabecinha e como a minha mãe dizia, o Menino Jesus sabia tudo o que eu queria e era ele que dizia ao Pai Natal.
No dia 24, à noite, antes de ir para a cama, cedinho que era para ser Dia de Natal mais depressa, a minha mãe pedia-me para ir buscar um sapato de cada membro da família e dispúnhamos cada um, em frente ao Menino Jesus.
Nunca vi o Pai Natal. Só o resultado da sua visita.
Acordava cedíssimo e ía espreitar. E lá ficava eu, especada à porta da sala, a olhar os presentes. À frente de cada sapato, uma fila de embrulhos. Muitas vezes, havia alguns espalhados. Longe dos outros. Eram sempre para mim. E eram sempre os mais desejados.
Esperava que a família se reunisse e só depois começávamos a desembrulhar. A cada presente desembrulhado, viam uma Soneca de boca aberta. Uau, a mãezinha tinha razão! O Menino Jesus sabia tudo.
Mas o Natal não era só feito de presentes! Era dia de vestir roupinha nova (hábito sagrado até que tive idade para me impor) e de ir para casa dos avós maternos. Durante a tarde e a noite andava num corrupio! Ao jantar havia sempre muita gente! O meu tio adorado, o meu avô mais simpático, a avó mais rabugenta, os tios-avós que não tiveram filhos. Por vezes, os meus avós paternos também iam. Aparecia família a cada instante, felizmente sempre vivemos perto uns dos outros! Bisavós, muitos tios-avós, muitos primos, até vizinhos! E nas mãos deles vinha sempre um presentinho para a menina, que o Pai Natal tinha deixado nas suas chaminés, com a indicação de que era para Mim!

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