terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Do Natal V

Lembro-me do instante em que soube que o Pai Natal não existia e que não era o Menino Jesus a mandar-me os presentes que eu tanto desejava!
Andava na escola primária, teria uns sete anos, quando conversando com a minha melhor amiga, dias antes das férias de Natal, sobre o que tinha pedido ao menino Jesus, ela me olhou com aqueles olhos enormes e me disse: “… Mentira! São os pais que compram tudo!! Não há Pai Natal, nem Menino Jesus a dar presentes!!”
Custou, claro que custou e eu não queria acreditar! Falei com a mãe que explicou tudinho!
Com tanta criança e gente grande no mundo, era impossível ao Menino Jesus arranjar prendinhas para todos. Era então obrigação dos grandes, ver como se portavam os pequeninos (e os grandes, claro!) e no Natal presenteá-los, como os Reis Magos tinham feito com Ele.
O Menino Jesus existia, sempre dentro de nós! E o Pai Natal, realmente a minha amiga tinha razão, em cada casa havia um ou mais, mas não eram como os que eu via nos postais bonitos da mãe, nas revistas e na televisão. Afinal, eram os meus pais, a minha família, os meus amigos. Todos aqueles que gostavam muito de mim.
E mesmo sabendo isto, continuei a manter o Menino Jesus e o Pai Natal nos meus Natais, a minha maninha não podia descobrir! Era um segredo para guardar religiosamente.

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