Parece dificil de entender

A minha avó (e a maioria das pessoas) não entendem quando digo que lido melhor com a morte de uma pessoa do que com a morte de um animal que me seja muito próximo.
- Ai, filha! Não digas isso a ninguém! - censurou-me ela no outro dia.
Há que perceber o quero dizer, sem tirar logo conclusões precipitadas.
Quando o afirmo, é por experiência.
A dor da perda de um animal normalmente não supera a de uma pessoa. Mas no caso do B. está equiparada.
A diferença é que em relação às pessoas acredito que elas continuam "vivas" e assimilo mais facilmente o seu desaparecimento físico da minha vida, já quanto aos animais as certezas já não são tantas. Neste momento não quero ter estas duvidas.
Também não estou a conseguir explicar-me como pretendia.
O que sinto é que este meu cão, assim como outros que tenho conhecido, eram mais do que "cães". Logo não apareceram por acaso. Eles deixaram marcas nas nossas vidas, fizeram a diferença.
O B. era mais do que um companheiro. Era um melhor amigo. Era um filho.
Não era um animal "tontinho" que brincava, comia e dormia. Havia nele qualquer coisa. Era muito inteligente, interagia connosco e com toda a família. Expressava-se e todos o entendiam. Partiu e deixou um vazio enorme.
Sei que para muita gente estas palavras parecem exageradas. Mas é o que sentimos.